"...todas as atrações que uma versão prudente, mas versátil, desse misto de surpresa e fugacidade que normalmente se chama vida..."
terça-feira, 9 de agosto de 2011
London Calling
Nesses dias estranhos temos a sensação da história acontecendo diante de nossos olhos, a transformação parece inexorável e definitiva e temos a certeza de que o mundo não vai mais ser o mesmo.
Não é simplesmente um evento isolado, numa cidade distante. É um espírito no ar gerando mudanças em todos os lugares ao mesmo tempo.
A história ensina que as grandes transformações, o fim e o início de novos ciclos, geralmente não ocorrem por influências externas, mas pelo próprio sistema que corrói a si mesmo até desmoronar sob seu próprio peso.
Esses tempos me fazem pensar que uma nova forma de viver é possível, que as coisas não foram "sempre assim". Destruição e reconstrução são inevitáveis como o dia e a noite.
É uma época boa de se estar vivo.
sábado, 6 de agosto de 2011
The girl next door
Sempre gostei demais da Nancy Sinatra. Uma mulher linda, cheia de personalidade e atitude, um rosto e voz suaves mas com um olhar misterioso, que esconde segredos terríveis.
É aquela construção agridoce, que esconde uma aspereza por baixo da melodia assobiável. A maquiagem borrada sobre o rosto de anjo.
Ela me conquistou definitivamente com o cabuloso disco Nancy Sinatra, de 2004. A turma que ela conseguiu juntar nesse disco é brincadeira: Morrissey (que é obcecado por ela desde a adolescência), Jon Spencer (meu mais novo guitar hero), Thurston Moore, Jarvis Cocker e a turma do U2, pra citar alguns.
A maior parte de sua produção musical foi feita no meio dos 60 até o começo dos 70. Portanto, em 2004, Nancy, indiscutivelmente ainda cheia de talento, mojo e experiência, já era uma respeitável senhora, e com uma capacidade de seduzir - os olhos e ouvidos - que os anos transformaram em admiração e respeito.
Porém, geração Y, seus problemas acabaram.
Estava à toa na vida e outro dia, por acaso, vi num post do Popload a bela figura de Lana Del Rey. O Lucio Ribeiro é um cara que sabe das coisas, é divertido, porém seu estilo é hiperbólico demais e quem segue os textos dele sabe que tem que pensar algumas vezes antes de comprar todas as "maravilhas" que ele indica.
Com Lana Del Rey, o cara acertou em cheio.
Ela tem 25 anos e ainda está gravando seu primeiro disco. Suas poucas músicas disponíveis já mostram uma artista cheia de estilo, nuances e camadas, pop ao extremo mas com aquele jeito de quem tem algo mais a dizer. Tem aquele mesmo brilho no olho sacana/inocente que popularizou a filha do Frank no passado.
É o clichê do universo pop, mas essa mixed message sempre funciona.
Os dois videos abaixo são sensacionais e as músicas são incríveis. A opção estética pelo antigo em contraste com o novo, desenho animado e video game, gera uma estranheza que torna difícil desviar o olhar.
Ela ensina que não é preciso rebolar nem ter que se vestir "sensual" para seduzir. O que faz um cara perder a cabeça, sabemos, é um olhar, um sorriso roubado, aquela arrumada no cabelo, a girl next door.
Mas isso é só para quem pode, não é para quem quer.
Esperando o disco novo como criança espera o natal.
Os videos. Enjoy.
Kinda Outta Luck
Video Games
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